segunda-feira, 25 de abril de 2016

9 em cada 10 executivos acham corrupção algo comum


© Fornecido por Empiricus Consultoria e Negócios Ltda. Para 70% dos executivos brasileiros, o governo está disposto a processar indivíduos envolvidos em casos de corrupção, mas esses esforços não se convertem efetivamente em condenações…

SÃO PAULO - Para 90% dos executivos brasileiros, ou 9 em cada 10, corrupção e suborno são práticas frequentes no ambiente de negócios nacional, segundo pesquisa da Ernst & Young.

O resultado coloca o Brasil na posição de país com a maior percepção de corrupção do mundo entre as nações entrevistadas, segundo seus próprios executivos. O percentual brasileiro é maior do que a média na América do Sul (74%), mercados emergentes (51%), média global (39%) e mercados desenvolvidos (21%).

“Na edição anterior do levantamento, em 2014, o Brasil ocupava a oitava posição do ranking, o que mostra uma deterioração significativa na percepção referente ao cenário nacional”, diz José Francisco Compagno, sócio de auditoria da Ernst & Young.

Pizza

Para 70% dos executivos brasileiros, o governo está disposto a processar indivíduos envolvidos em casos de corrupção, mas esses esforços não se convertem efetivamente em condenações. Ou seja, a percepção é que tudo acaba em pizza mesmo.

O percentual é bastante superior à média global de 47%. O número coloca o Brasil na sexta posição entre os 29 maiores mercados pesquisados sobre a falta de segurança em obter condenações em casos de corrupção. Tailândia, Portugal Croácia, Taiwan e Eslovênia ocupam as cinco primeiras posições, nesta ordem.

“Resultados como esse mostram que a percepção pouco favorável dos executivos com relação à situação do Brasil vai além do mundo de negócios e atinge também o poder público”, avalia Compagno.

De acordo com 20% dos participantes brasileiros, o governo está disposto a entrar com os processos e as ações devem terminar em condenações. Apenas 10% dos profissionais afirmaram que o governo não parece disposto a processar indivíduos envolvidos em casos de corrupção.

Punição como exemplo

O Brasil foi o único país em que todos os executivos ouvidos acreditam que processos movidos pelo governo contra os indivíduos ajudam a coibir a prática de fraude, suborno ou corrupção por outros executivos. 

Apesar da percepção em larga escala da prática de corrupção no Brasil, apenas 18% dos respondentes afirmaram que atos de improbidade e comportamento antiético são comuns nos segmentos em que atuam. Percentual maior aos 11% da média global.
Ajudar a empresa a enfrentar momentos de recessão econômica foi uma justificativa levantada por 14% dos brasileiros para agir de forma antiética. Percentual inferior à média global (36%). Alcançar metas financeiras foi uma razão mencionada por 4% dos entrevistados.

A pesquisa ouviu 2.825 executivos de alto escalão, como diretores-financeiros e operacionais, chefes das áreas jurídicas, de compliance e de auditoria interna, das maiores companhias de 62 países, incluindo o Brasil, sobre corrupção, improbidade corporativa e comportamento antiético.

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