domingo, 12 de junho de 2016

As verdades inconfessáveis de Jandira Feghali


















































































































Kim Kataguiri
Coordenador Nacional do Movimento Brasil Livre
Publicado: 09/06/2016


No começo deste mês (1º), a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), comunista que é alvo de ações trabalhistas, escreveu um artigo neste HuffPost para sustentar que as gravações de Sérgio Machado revelaram a verdade por trás do "golpe": acabar com a Operação Lava Jato.


Discursos enérgicos, teorias da conspiração e palavras de "resistência". Tudo ia muito bem para a deputada, até que a coluna de Lauro Jardim em O Globo revelou que, de acordo com a delação premiada de Sérgio Machado, Jandira recebeu uma "ajudazinha" da Queiroz Galvão.

Na eleição de 2014, a empreiteira foi a maior doadora privada da campanha que a elegeu deputada federal. Apesar das suas críticas à Lava Jato -- muito parecidas com aquelas feitas pelos petistas, diga-se --, suas respectivas campanhas de 2010 e 2014 receberam recursos de quatro empresas investigadas na operação: UTC, Keppel Fels, Brasfels e Queiroz Galvão.

Jandira tentou responder, mas só piorou a própria situação. Em sua página no Facebook, afirmou que, em "diversas campanhas", foi apoiada por aqueles que reconheceram nela uma "defensora da indústria naval" e que, "por ter impedido diversas falências", recebeu o apoio de empresários.

Como é que Jandira ajudou a Queiroz Galvão, uma empresa de faturamento bilionário, a não falir? Ainda que o tivesse feito, por que razão o faria? Desde quanto comunistas se preocupam mais em salvar empresários do que em fazer revolução? Não faria mais sentido deixar o perverso e desumano sistema capitalista explodir?

Além disso, justificou o recebimento de empresas dizendo que a lei permite que as doações sejam feitas "por pessoas físicas e pessoas jurídicas". Lauro Jardim não questionou a legalidade de doações empresariais. Mas, já que a comunista decidiu levantar a questão, vamos lá.
Jandira defende, ao menos em seus discursos, o fim de doações empresarias para campanhas políticas. Acha que esse tipo de financiamento corrompe o poder público. É claro que, legalmente falando, a deputada podia ser beneficiária do modelo então vigente. Mas é, sem dúvida nenhuma, uma incoerência ideológica tremenda. Se doações empresariais corrompem o poder público, por que a comunista escolheu, e, como disse em sua defesa, até lutou para receber doações de empresários? Outro ponto: por que receber justo daqueles que estão sendo investigados na Operação Lava Jato?


Por fim, Jandira apela à bravata política: diz que só está sendo atacada porque sua "campanha à Prefeitura está incomodando muito" e porque tem "chances de vitória". Essa é a parte mais engraçada de sua defesa. Quem acompanha as pesquisas para a Prefeitura do Rio sabe que, se todos os fatores conspirarem a favor de Jandira, a pré-candidata não consegue votos nem para eleger-se síndica do prédio onde mora.

Mesmo se posicionando firmemente a favor do PT, partido cujos governos protagonizaram o maior escândalo de corrupção da história do País, Jandira ainda acha que alguém acreditará na sua honestidade. Agora, mais do que nunca, sua narrativa ruiu. De tudo o que Jandira escreveu em seu artigo, concordo com uma coisa: Sérgio Machado, de fato, revelou verdades inconfessáveis.

Nenhum comentário:

Postar um comentário